A INTERPRETAÇÃO DAS CULTURAS – Clifford Geertz
Geertz foi o antropólogo que exerceu muitas influências nos historiadores culturais. A sua teoria interpretativa das culturas ressalta, sobretudo, o que ele chama de “descrição densa”. Compreender as culturas de um povo expõe as suas normalidades e não reduz as particularidades. A análise cultural, para ele, é ou deveria ser as avaliações das melhores conjeturas com um traçar de conclusões explanatórias e não a descoberta dos significados com o mapeamento de sua paisagem incorpórea.
Segundo Geertz, em etnografia, a teoria deve oferecer vocabulários que expressam os atos simbólicos e o que eles falam sobre eles. – o papel das culturas na vida humana. O objetivo é tirar conclusões a partir de pequenos fatos densamente entrelaçados. As formas das sociedades são, nesse caso, as substâncias das culturas. Geertz afirma que se um estudo científico da cultura se arrasta e se atola num mero descritivismo é porque o tema de seu assunto é enganoso e esquivo em grande parte.
Geertz destaca as culturas balinesas com as interpretações das brigas de galos – “um drama filosófico” que elucida o entendimento das culturas em Bali. Ele enfatiza o culto aos mortos prestados pelos mais novos, os títulos de honra proveniente dos deuses, o feriado Njepi – o estranho dia do silêncio, celebrado de acordo com o calendário lunar, no ano novo balinês, o medo dos demônios e outros fenômenos. Geertz entende que as sociedades e as vidas contêm suas próprias interpretações e é preciso descobrir como acessá-las.
Luciano Menezes
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