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Muita gente pode confundir certos termos em astronomia e em astrofísica, um dos que causa talvez mais confusão é a tal da "sismologia" estelar, que tem um nome específico e é chamada de astereosismologia.
Lógico que não estamos medindo sismos, ou tremores de terra dentro das estrelas, pois, as estrelas são objetos gasosos, mas as vezes para facilitar os astrônomos, astrofísicos, geólogos, ou qualquer cientista tenta buscar algo análogo para explicar algo que é muito complicado.
A astereosismologia, é baseada nas oscilações que acontecem no interior das estrelas. Muitas estrelas são pulsantes, ou variáveis, e essa variação que ocorre com a estrela, gera oscilações e por sua vez, o estudo dessas oscilações leva a um melhor entendimento da estrutura interna das estrelas.
Por que a analogia? Porque na Terra acontece basicamente a mesma coisa, estudamos como as ondas sísmicas se propagam no interior do nosso planeta, e a partir desse estudo, podemos determinar a estrutura interna da região que está sendo estudada. Por exemplo, a sísmica é a ferramenta crucial para se descobrir petróleo.
Sinceramente, eu não vejo mal nenhum em fazer essa analogia e acho que o nome faz todo o sentido, o que vocês acham?
Pois bem, essa é uma área extremamente nova da astrofísica, e as coisas ainda estão se desenvolvendo, principalmente as técnicas de modelagem.
Um grupo de pesquisadores desenvolveu recentemente uma ferramenta computacional para estimar os parâmetros estelares a partir das oscilações, uma estimativa com um erro bem menor do que as anteriores.
Basicamente, ao invés de tentar ajustar um único modelo aos dados observados, eles fazem um ajuste probabilístico usando n parâmetros estelares, para então poder chegar num conjunto de modelos, com esse conjunto definido eles tentam ajustar o dado observado e assim obter o melhor modelo, e consequentemente os parâmetros estelares.
Para testar essa técnica os astrônomos resolveram observar a estrela HD 176465, uma estrela binária e que possui oscilações em seus dois componentes.
Através da nova ferramenta, chamada AIMS (Astereoseismic Inference on a Massive Scale), eles conseguiram caracterizar por completo as estrelas, incluindo, a massa, o raio das estrelas e suas idades.
Alguns resultados importantes das observações e da modelagem com o novo método, é que uma das estrelas teve sua idade revista, sendo 500 milhões de anos mais jovem do que se pensava anteriormente, e a abundância de metal em ambas as estrelas é semelhante, indicando que elas se formaram da mesma nuvem molecular.
Com os novos telescópios espaciais que medirão as curvas de luz das estrelas como o TESS e o PLATO, os astrônomos esperam ter mais dados astereosísmicos e dados mais precisos para refinar ainda mais o modelo que eles desenvolveram.
Como eu falei, a astereosismologia, é uma área muito nova da astrofísica, mas está se desenvolvendo rapidamente, pois os cientistas perceberam que podem aplicar conceitos conhecidos aqui na Terra, como os da sismologia, e analogamente desenvolver uma técnica que permite entender cada vez melhor as estrelas.
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