O Idiota é um romance de Fiódor Dostoiévski, inicialmente publicado em folhetim, e não em livro, pela revista O mensageiro russo, tendo sua primeira parte sido publicada em março de 1868 e seus últimos capítulos em fevereiro de 1869.

Obs.: Tem alguns erros na gravação, aos poucos vamos arrumando.

Na época de elaboração do romance, Dostoiévski estava em situação física e emocional muito precária: eram constantes suas crises de epilepsia, suas dívidas estavam altas e ele perdia o pouco que tinha no jogo, além disso, estava sob forte pressão dos editores e, não bastasse isso, nasceu e morreu prematuramente sua filha Sônia.

O personagem principal de O Idiota é o Príncipe Liév Nikoláievitch Míchkin (ou apenas Príncipe Míchkin), uma ilustração moderna do ideal ético cristão. As maiores influências para a criação do Príncipe Míchkin foram os também cristãos idealizados, porém, desta vez retratados como cômicos, Dom Quixote de Cervantes, Pickwick de Dickens e Pangloss de Voltaire. Como ideal cristão, também era como Dostoiévski se contrapunha ao niilismo ocidental europeu.

O Idiota é entendido como "o romance mais autobiográfico de Dostoiévski", muito pelo fato do autor e do personagem principal serem epilépticos, mas também por ambos terem dificuldades sociais.

O livro foi muito bem recebido pelos críticos da época. O Idiota é considerado pelo crítico estadunidense Harold Bloom uma obra do Cânone Ocidental, juntamente com Crime e Castigo e Memórias do Subsolo.

“E se eu não morrer? Se eu for devolvido à vida? Ah! Que eternidade!”

Míchkin tem 26 anos quando retorna a Petesburgo, após permanecer vários anos em um sanatório na Suíça para tratar da sua epilepsia. Ele é quase uma mescla de Cristo e Dom quixote, dono compaixão sem limites que vai se chocar com o desregramento mundano de Rogójin e a beleza de Nastácia Filíppovna. O impacto da sua sinceridade irá revelar ao leitor de forma trágica como em um mundo obcecado por dinheiro, poder e conquistas, o sanatório acaba sendo uma possibilidade.

Ele tem grande generosidade, e, consequentemente, ingenuidade. Mesmo sendo acarinhado e bem tratado por todos, ainda é visto como um coitadinho e não consegue se livrar da chacota. Nem suspeitam que, por ser considerado um pateta, ele termine por se tornar u esperto. Órfão de pais e sendo o último da linhagem, a história começa quando ele retorna à Rússia para recolher uma herança deixada por um velho amigo e familiar de seu pai.

Parfion Rogójin
Uma personagem bastante sombria e endinheirada devido ao capital que o seu pai, Semion Parfiónovitch Rogójin, lhe deixou ao falecer.

Nastássia Filíppovna
Se na sua mocidade era já uma mulher culta, de boas maneiras e com uma notável presença de espírito, mais tarde iria mudar radicalmente o seu comportamento.

Ao lado do cristianismo, um dos principais temas abordados por Dostoiévski em O Idiota é o niilismo. Neste contexto é afirmado que o povo Russo poderia superá-lo ao agarrar-se ao cristianismo, pois segundo o Príncipe Míchkin, a essência do sentimento religioso não está de forma alguma na razão, portanto, não necessita e não passa pela racionalidade ocidental. É neste contexto que Dostoiévski compara o Príncipe Míchkin com Dom Quixote.

Foi a obra mais difícil de escrever para o autor, com oito diferentes planos e muitas variações de cada um deles. Inclusive o tema principal do romance tal como foi finalizado, a descrição do homem belo, só aparece para o escritor no sétimo plano.

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