“O capitalismo não são as ideias dos capitalistas. As ideias de cada capitalista podem ser, em muitos aspectos, contrárias aos princípios da economia de mercado. Sempre existiram homens de negócio que querem privilégios — protecionismos e coisas do tipo —, e se a opinião pública for favorável a isso, eles conseguirão o que desejam. (...) Se alguns recebem privilégios, aqueles que não receberam ficam prejudicados. Se os não-privilegiados exigem privilégios, é fácil entendê-los. A obrigação de acabar com esse sistema de privilégios não é dos empresários, mas da opinião pública, dos ideólogos, estadistas, políticos. Se privilégios existem, então todos irão desejá-los. Quem não iria? Contudo, as vantagens do capitalismo não existem para beneficiar os capitalistas, mas as massas. Capitalismo significa primeiramente produção em larga escala — para as massas. (...) Eu não sou favorável à economia de mercado e contra o socialismo porque os capitalistas são pessoas muito legais. Alguns são; outros não. Nesse sentido, eles não são diferentes das outras pessoas. Eu apoio o capitalismo porque ele beneficia a humanidade. Do mesmo modo, eu não sou contra o socialismo porque os socialistas são pessoas más ou mal intencionadas, mas porque ele gera um declínio completo no padrão de vida de todos e destrói a liberdade.” (Ludwig von Mises, 1952. In: “Marxismo Desmascarado” [Marxism Unmasked]. Vide Editorial, 2016, cap. 9, p. 159)

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