Imagens, Roteiro, Narração e Edição: Alexandra Makowski
Milos é uma pequena e charmosíssima ilha grega que se encontra no Mar Egeu. Ao contrário de ilhas mais famosas como Santorini e Mykonos, Milos é tranqüila e preserva sua calma mesmo na alta temporada. Escolhemos visitar Milos exatamente por este motivo.
No conjunto das ilhas cíclades, Milos é a que se encontra mais a oeste. Mesmo sendo pequena, possuindo apenas 13 quilômetros de norte a sul e 23 quilômetros de leste a oeste, nos apresenta mais de 70 praias deslumbrantes. Em seu território foi encontrada a famosíssima escultura Vênus de Milos, que atualmente está exposta no Museu do Louvre.
Chegamos no fim da tarde e fomos assistir ao por do sol na Vila de Klima. No dia seguinte acordamos cedo e fomos para uma das mais exóticas praias da ilha: Sarakiniko. Formada por rochas bem claras de calcário. O visual que se encontra é de paisagem lunar. A ilha de Milos têm origem vulcânica e Sarakiniko, por sua vez, foi originada pelas cinzas destes vulcões.
Na parte da tarde, continuamos explorando o lado norte da ilha e chegamos a Mandrakia, um adorável vilarejo. Lá encontramos uma das marcas de Milos: as garagens de pescadores cavadas na rocha, com suas portinhas pintadas em cores extremamente vivas. E na frente, amarrados os pequenos barcos de madeira, decorados com desenhos típicos. Em Mandrakia, tivemos a sorte de assistir a uma cena que marca a tradição grega: o uso do azul para decoração das casas e dos móveis.
Quando veio chegando o fim da tarde, seguimos nossa rota de exploração em direção a noroeste. De cima da montanha, pudemos avistar as cores incríveis das águas de Firopotamos, que apresenta uma beleza surreal através do degradé de azul do seu mar. Na encosta, sobre as rochas, estavam as típicas casas gregas, brancas, de janelas e portas azuis e uma pitoresca igrejinha.
Quando o sol já estava quase se pondo, decidi me aproximar das casas dos. Pais, mães e avós cuidavam das crianças brincando no mar. De frente para o sol poente, a pequena igreja nos convidou a entrar. Seu interior era pintado de azul celeste com figuras de santos nas paredes. De sua janela era possível avistar o mar. Aquela igreja tão isolada nos lembrava da famosa frase de Nelson Rodrigues: Deus só entra em igreja vazia.
No dia seguinte, decidimos fazer o passeio de barco para conhecer a costa sul da ilha. Escolhemos a equipe do comandante Elias por indicação de um amigo. A saída se deu pela praia de Paliohori. A nossa primeira parada aconteceu na praia de Kalamos, na baía de Gerakas, que só é acessível de barco.
Kalamos é uma praia paradisíaca, suas águas possuem tons espetaculares de turquesa e seu fundo é todo feito de pedrinhas brancas.
Depois de Kalamos, continuamos margeando a costa sul em direção a oeste. Começamos nos aproximar do ponto mais esperado do passeio: a Baía de Kleftiko, também acessível somente de barco.
Ancorados em Kleftiko, caímos na água para explorar uma das cavernas. Entramos por um lado para sair de outro. Dentro da caverna, as pedras embaixo da água continham muitas cores, advindas de metais. Laranja é sinal de presença de ferro, roxo, de manganês e prata, de alumínio. Depois de nadarmos, o comandante Elias nos convidou para conhecer mais algumas cavernas, dessa vez a bordo de um pequeno bote. Entramos primeiramente na Caverna do Monstro, Monster Cave em inglês. O local ganhou este nome porque ali, quando a água bate nas pedras, faz um barulho assustador que lembraria o som de algum monstro.
Entramos também na caverna mais alta de Kleftiko, dentro dela chegava a caber um barco de 6 metros de comprimento, perfeito para piratas se esconderem. Outra vantagem é que sua fenda possibilitava ótima visibilidade, para se prevenir do ataque de inimigos. Nas fendas desta caverna, o petritis, um tipo de falcão grego, faz seu ninho.
Na volta ao ponto de partida, ou seja, navegando agora em direção a leste, paramos na praia de Tsigrado. Uma praia muito diferente. Como ela é formada por um paredão rochoso bem alto, só chega a sua areia quem estiver disposto a descer uma escada de madeira bem longa, que fica apoiada nas rochas. A necessidade dá uma cara de aventura para a visita a esta praia. E vale a pena! Tsigrado é mais uma das belíssimas praias gregas, com direito a águas calmas e tranquilas.
Em Milos, assim como em todas as outras ilhas gregas, entendemos por que o azul e o branco são as cores da bandeira da Grécia. A natureza grega é, de fato, azul e branca. Seu mar é de um azul intenso tão raro que poucas vezes se acha semelhante tom na natureza. E seu solo possui tons brancos, oriundos da formação rochosa, que é predominantemente composta por calcário.
No mundo inteiro, a combinação das cores azul e branco simboliza o sublime, os valores supremos. E é exatamente assim que nos sentimos em Milos: em contato com o sublime.
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