Senhoras e senhores, este é o conjunto de gravações existentes das obras sinfónicas de Joaquim Luiz Gomes, o célebre maestro e compositor scalabitano:
0:00 – Abertura Scalabitana (Abertura de Concerto)
8:25 – Marcha Concertante
Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana
Jacinto Montezo, Conductor
14:18 - Possessio Maris (Narrativa Sinfónica sobre a 2ª Parte da Mensagem de Fernando Pessoa)
Paulo Alexandre
Orquestra Sinfónica da RDP
Joaquim Luiz Gomes, Conductor
56:28 - Abidis, a Lenda de Santarém (Poema Sinfónico)
1:04:05 - Ribatejo (Poema Sinfónico de Homenagem à Região, a propósito do desastre das Cheias de 1967)
1:23:02 - Pérolas Soltas (Poema Sinfónico)
Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana
Jacinto Montezo, Conductor
Joaquim Luiz Gomes nasceu em Santarém no dia 19 de novembro de 1914. Os seus pais tinham uma ligação à música, a mãe tocava guitarra e o pai bandolim na Banda dos Bombeiros de Santarém. Foi precisamente o seu pai, José Luiz Gomes, tipógrafo de profissão e músico amador, que conduziu JLG ao gosto da arte musical e consequentemente ao apreço pela cultura musical ribatejana.
Aos 9 anos de idade, ingressou na banda onde tocava o seu pai, como clarinetista. A sua vida foi bastante preenchida e com uma atividade variada. A sua carreira como músico militar no Exército Português começou quando tinha 18 anos, permanecendo entre 1932 a 1940, no Batalhão de Caçadores 5 como clarinetista.
Em paralelo, foi Diretor Artístico da Orquestra Ligeira do Rádio Clube Português (RCP) e estudou no Conservatório Nacional a Acústica, História da Música, Harmonia, Clarinete, Harpa e especialmente Composição.
Em 1940 ingressou na Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (BSGNR) vindo a ser em 1942 o primeiro harpista desta formação que manteve até 1958. Mais tarde, após uma interrupção no serviço à BSGNR, assumiu funções de compositor residente da referida banda, a partir dos anos 80.
Ao longo da sua vida o maestro Joaquim Luiz Gomes dividiu a sua variada atividade em diversos grupos musicais, compondo para instrumento solista, filmes, teatro, rádio, documentários, canções, obras sinfónicas e orquestrações tanto para pequenos ensembles como para orquestra e banda, explorando vários géneros musicais, desde a música ligeira à música erudita criando e explorando fusões do tradicional ao erudito, que o próprio designou de “música ligeira sinfonizada”.
Entre 1952 a 1975, foi harpista, e mais tarde, diretor musical das formações instrumentais da Emissora Nacional, e dentro deste período, compôs e orquestrou inúmeras canções, transmitidas em direto pelas orquestras da referida estação radiofónica, num programa intitulado “Canções de Portugal”, durante 13 anos.
Participou nos Festivais da Canção da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) entre os anos de 1966 a 1977 como compositor, orquestrador e diretor de orquestra, com especial destaque para as edições dos anos de 1968 e 1972 em que JLG dirigiu todas as canções a concurso.
A sua notoriedade e experiência musical possibilitou a direção musical e também as respetivas orquestrações de diversos festivais da canção de diversos países nomeadamente em Portugal, Inglaterra (London Eurovision Song Contest, 1968), Brasil (Rio de Janeiro, Festival Internacional da Canção Popular, 1968) e Espanha (Aranda Del Duero, 1970), obtendo o 1º lugar.
Como autor de canções, foi premiado em Portugal, em Itália e em Espanha. Com a “Serenata dos Olhos Verdes” ganhou o 1º Prémio no Eurofestival da Canção Latina em Génova, e em 1983, foi-lhe atribuído o prémio de melhor orquestração do ano.
Também foi homenageado em 2005 pela SPA com a Medalha de Honra, premiando assim, os seus 55 anos de carreira ao serviço da música portuguesa. Também na televisão, JLG marcou a sua passagem participando em diversos programas tais como: TV Clube, Estúdio C, Discorama, Notas Soltas, entre outros.
Embora o reconhecimento do grande público se deva à sua produção e serviço à música no que toca às canções, na sua aventura na rádio, na televisão e também no cinema, muito por culpa da sua formação clássica, a sua obra composicional para grupos instrumentais é numerosa.
Conforme inventário quantitativo por José Ribeiro em 2011, o seu espólio, alberga cerca 569 obras entre vários géneros musicais: duas aberturas sinfónicas, 460 canções, 10 fantasias, 13 hinos, 1 intermédio, quinze marchas, 45 obras de música de câmara, uma ópera, 4 poemas sinfónicos, 3 sinfonias, 9 suites e 1 bailado.
Entre várias condecorações e homenagens, de destacar em 5 de abril de 2004 a graduação de Grande Oficial da Ordem do Mérito pelo então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.
Faleceu em Lisboa, no dia em que completei 15 anos, 23 de Julho de 2009.
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