Confederação do Equador
Durante o governo de Dom Pedro I houve uma grande insatisfação popular nas províncias. Ainda mais depois fim da assembléia de 1823,que fez muitos líderes políticos locais se opuserem às exigências imperiais. Na região nordeste, essa questão era ainda mais complicada quando levamos em conta as constantes crises econômicas que assolaram as províncias nordestinas, principalmente devido à estagnação da economia açucareira.
Foi nesse contexto de miséria e disputa pelo poder que em Pernambuco iniciou um movimento contrário a Dom Pedro I. Na época, a dissolução da Assembleia foi seguida pela deposição do então governador Manuel de Carvalho . Depois de perder o seu cargo o ex governador rapidamente mobilizou forças para organizar um movimento de separação na região nordeste. Seria criado um novo Estado com o nome de Confederação do Equador.
Em pouco tempo, a revolta nascida em Pernambuco ganhou apoio das províncias do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará.
Diante disso, liderados por Manuel Carvalho Pais de Andrade e Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, popularmente conhecido por Frei Caneca, a Confederação do Equador buscava a construção de um Estado independente, com capital no Recife .
Implementada a Confederação defendia a criação de um governo republicano. Entre suas primeiras medidas, o movimento decretou o fim do tráfico negreiro e o recrutamento militar obrigatório .
Entre outras propostas, as alas populares da Confederação do Equador sonhavam com a criação de um governo controlado pelas camadas populares e o fim da escravidão. Em contrapartida, as elites agrárias participantes do movimento discordavam com tais medidas e, logo em seguida, começaram a desistir do movimento. Divisão interna do movimento seria o triunfo necessário para que as tropas de Dom Pedro I pudessem combater o levante nordestino.
Obtendo empréstimos com a Inglaterra, Dom Pedro I formou um exército comandado por Francisco Lima e Silva e também contratou os serviços de mercenários britânicos.
Em setembro de 1824, um bloqueio naval pressionou os confederados. Em terra, as elites dissidentes formaram milícias que auxiliaram no fim da Confederação do Equador. Sem muitas opções, Paes de Andrade conseguiu refugiar-se na Inglaterra. No entanto, outros líderes separatistas não tiveram a mesma sorte e acabaram sendo mortos pelas autoridades imperiais.
Um tribunal dirigido pelo próprio Francisco Lima e Silva julgou e condenou dezesseis revoltosos. Entre os condenados estava Frei Caneca, que foi sentenciado à morte por enforcamento. No entanto, os responsáveis pela execução, sabendo da popularidade e da origem religiosa de Frei Caneca, negavam-se a cumprir a sentença. Com isso, sua pena foi mudada para a morte por fuzilamento.
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