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Ensemble DARCOS:
Philippa Mo - VL 1
Reyes Gallardo - VLA
Filipe Quaresma - VC
Hélder Marques - PN
ISEG, 20.5.2016, Concerto Antena 2 / RTP
LANÇAMENTO DO CD ODRADEK ODR336
NR. 1 - ETERNO - 00'11''
NR. 2 - PÍRRICO - 04'16''
NR. 3 - SEDOSO - 05'46''
NR. 4 - CARETO - 10'54''
NR. 5 - SAUDOSO - 12'09''
NR. 6 - PÍCARO - 15'48''
NR. 7 - MATERNO - 18'24''
Nota:
Trata-se de identidade. Trata-se de alma, portanto. Trata-se de tudo o que é essencial, apresentado à guisa de um políptico disposto num retábulo simetrizante, como se de um espelho se tratasse. E, tal como as imagens projectadas num espelho, revelam-se não apenas os sentidos mais escondidos, aqueles que se representam em baixo-relevo, bem como o alto-relevo dos costumes, a cordilheira dos afectos, o barómetro das emoções, a orografia dos sentimentos. Sim: a alma é a orografia da vida, com os seus picos e as suas depressões. A alma é essa elipse que vai do eterno ao materno, do pírrico ao pícaro, do sedoso ao saudoso, ancorada nesse eixo bicéfalo que é o careto, a máscara, a projecção de nós próprios nas pulsões mais cruas, mais instintivas, nessas pulsões que o grande Francis Bacon (1909-1992) tanto e tão bem decantou na sua pintura.
Por questões matriciais de identidade, prezo particularmente na minha obra este conjunto de peças, no qual "O Espelho da alma" se inclui, que se constitui como uma espécie de projecto de vida: as várias séries de harmonizações das melodias tradicionais portuguesas, trabalhadas em vários formatos, desde a abordagem coral a-cappella à música de câmara em várias configurações, passando pela música sinfónica e coral-sinfónica. É um projecto a que regresso sempre que estou desassossegado. Faz-me bem, aguçando-me o estilo, calibrando-me o lápis, resgatando-me ao acessório e apontando-me um caminho sempre essencial, inteiro e limpo.
Estas harmonizações são muitas vezes revisitações de material já trabalhado noutras ocasiões e noutros moldes, como é o caso de "O Espelho da alma".
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