Documentário biográfico sobre Emídio Santana, importante figura do movimento sindical anarquista português
Figura ímpar do movimento sindical anarquista português, Emídio Santana foi o elo de ligação entre o anarco-sindicalismo do início do século XX em Portugal e os movimentos libertários que surgiram no pós-25 de abril, influenciados pelo maio de 68 francês. Natural de Lisboa, aderiu em jovem às Juventudes Sindicalistas e foi membro da direção do Sindicato Nacional do Metalúrgicos, na Confederação Geral do Trabalho (CGT).
No dia do seu aniversário (31 anos), a 4 de julho de 1937, esteve envolvido no atentado falhado contra Salazar, num período crucial da Guerra Civil de Espanha. Salazar saiu ileso, devido a um erro na colocação da bomba subterrânea, num local da Rua Barbosa do Bocage onde costumava passar diariamente, que desviou a onde de choque.
Documentário sobre Emídio Santana (1906-1988), uma abordagem ao percurso do destacado militante da corrente anarco-sindicalista, do movimento libertário e do jornal A Batalha.
Realização: Edgar Feldman
Direção de produção: Paulo Guerra
Texto e entrevistas: Pedro Caldeira Rodrigues
Ilustrações: Jorge Galvão / Stuart Carvalhais
[Com a colaboração do cineasta Rui Simões (imagens inéditas de Emídio
Santana) e do Coro da Casa da Achada, que se incluem entre depoimentos e análises de Lígia de Oliveira, João Santiago, João Freire, António Ventura,
João Madeira, Fernando Rosas, António Araújo, João Soares, Manuel Almeida e Sousa. Um documentário que também constitui um tributo ao diário A Batalha, órgão da Confederação Geral do Trabalho (CGT), fundado em 23 de Fevereiro de 1919 e que celebrou o seu centenário]
A 4 de Julho de 2017, assinalaram-se os 80 anos do atentado anarquista contra o ditador Oliveira Salazar. Emídio Santana, um dos seus autores, fala deste atentado que podia ter mudado o curso da história de Portugal durante o século XX. Emídio Santana e os anarquistas foram também os autores dos actos de solidariedade com os revolucionários espanhóis, em plena guerra de Espanha, a 20 de Janeiro de 1937, contra vários ministérios, empresas e o radio clube português que não poupavam esforços no seu apoio aos fascistas espanhóis.
A história de Portugal é feita também por grande violência autoritária ao longo da ditadura salazarista que durou 48 anos consecutivos. Abaixo segue pequena matéria histórica que relata um ato de resistência contra o governo ditatorial de António Oliveira Salazar (LIGA-RJ)
A 4 de Julho de 2017, assinalaram-se os 80 anos do atentado anarquista contra o ditador Oliveira Salazar. Emídio Santana, um dos seus autores, nesta entrevista à RTP em 1975, fala deste atentado que podia ter mudado o curso da história de Portugal durante o século XX. Emídio Santana e os anarquistas foram também os autores dos actos de solidariedade com os revolucionários espanhóis, em plena guerra de Espanha, a 20 de Janeiro de 1937, contra vários ministérios, empresas e o radio clube português que não poupavam esforços no seu apoio aos fascistas espanhóis.
Nos inícios de 1937 as atenções da polícia política portuguesa estavam centradas na guerra civil de Espanha. É nessa altura que um pequeno grupo de resistentes planeia o pior golpe que Salazar sofreu durante os anos da ditadura.
Um atentado, protagonizado sobretudo por anarquistas (a que se haviam associado elementos republicanos e comunistas), à figura de Salazar que, quase por milagre escapou ileso, poderia ter poupado Portugal de 48 anos de ditadura fascista. Durante meses este grupo revolucionário – que já antes tinha colocado bombas nos ministérios e no Rádio Clube Português, em solidariedade com a revolução espanhola e contra o apoio que o governo e o RCP davam aos falangistas de Franco – estudou a melhor hipótese de atentar contra a vida de Salazar – o homem forte do regime fascista. Dadas as características do regime, personalizado em Salazar, a sua morte teria alterado significativamente o curso da história.
O PCP sempre se desmentiu a participação nesse episódio. Houve militantes republicanos e comunistas que participaram a título individual.
A grande referência histórica para este atentado é Emídio Santana, que esteve preso durante 16 anos. Anarco-sindicalista, militante da CGT, um dos impulsionadores do movimento libertário no pós 25 de Abril e director de “A Batalha” após 1974, publicou um livro – “História de um atentado: o atentado a Salazar” – que é ainda uma das grandes fontes de informação sobre a preparação e execução deste atentado.
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