O Universo é incrivelmente grande.
Somente a parte do universo que conseguimos observar, chamada de “universo observável”, já nos leva a ter muitas ideias, imaginem então o que pode existir além desse universo observável!
Não sabemos ainda onde é o fim do universo.
E o “centro do universo”? Será que é possível identificá-lo?
O que será que existe no “coração do universo”?
E os incontáveis aglomerados de galáxias. O que será que eles têm considerado como centro em que orbitam?
Aliás, será que existe um centro do universo?
Como a humanidade tem procurado o centro do universo
Há algum tempo, ninguém duvidava que a Terra era o centro do universo.
A maioria dos velhos mundos míticos e folclóricos eram assim ilustrados.
Em meados do século II, em Alexandria, atual Egito, quando era governado pelo Império Romano, o grande astrônomo Claudiu Ptolomeu escreveu um famoso livro que ficou conhecido na Europa medieval como “O Almagesto”.
Nesse livro, ele reuniu todo o conhecimento dos homens mais instruídos daquela época relacionados à astronomia.
No sistema Ptolomaico, a Terra está ao centro do universo e todos os planetas conhecidos da época giravam em torno da Terra.
Dentre os planetas, estavam incluídos também a Lua e o Sol.
Os extremos, além da órbita do planeta mais distante, que é o Saturno, eram considerados uma zona onde os objetos celestes não se movimentavam.
1Se tiver interesse, este sistema está descrito poeticamente no famoso livro “Divina Comédia”, de Dante Alighieri.
Leiam a parte chamada Paraíso.
Atualmente, acredita-se que o sistema Ptolomaico demonstra um sinal de loucura e ignorância.
O que, na verdade, não seria correto.
Será que podemos atribuir a culpa a este estudioso extraordinário por não existir dados modernos de observação?
O seu sistema era inteiramente lógico.
Era, no entanto, complicado demais...
Ele colocou diversas “astes” para explicar o movimento planetário “retrógrado”.
Novas descobertas e novos mistérios
No século XX, vieram à tona ao mesmo tempo, uma série de novas descobertas e novos fatos, e os pesquisadores foram novamente instigados a definirem o centro do universo.
Por exemplo, foi descoberto que:
Existem outras galáxias, como a galáxia de Andrómeda, que estão distantes e não possuem qualquer relação com a Via Láctea.
Então, obviamente, eles não giram em torno da galáxia da Via Láctea.
Hoje, sabemos que a galáxia Via Láctea é apenas uma das muitas galáxias existentes.
A Via Láctea faz parte do chamado Grupo Local de Galáxias, juntamente com a Galáxia de Andrômeda, a Galáxia do Triângulo e dezenas de galáxias um pouco menores.
O Grupo Local de Galáxias está gravitacionalmente conectado, e todas as galáxias dentro dele são “atraídas” por um objeto misterioso conhecido como o Grande Atrator.
Mas as galáxias não estão girando em torno do Grande Atrator, ao contrário, estão sendo “varridas” ou movidas em direção a ele, como a água que corre da nascente de um rio até sua foz.
O Grande Atrator forma seu próprio centro gravitacional, que não é apenas o centro gravitacional do Grupo Local das Galáxias onde estamos, mas também de algumas super aglomerações galácticas.
Os pesquisadores tratam todos esses superaglomerados como uma estrutura única, chamada de Superaglomerado Laniakea.
Laniakea é uma palavra havaiana que significa “o céu sem fim”.
O tamanho do superaglomerado Laniakea é impressionante.
Nele existem 100.000 galáxias e trilhões de estrelas.
O Sistema Solar é como um grão de areia na galáxia Via Láctea, e a Via Láctea, por sua vez, também é considerado um grão de areia em relação ao superaglomerado Laniakea.
O que é, então, este famoso Grande Atrator?
Será que Ptolomeu estava tão errado assim?
Não sabemos se existe um centro gravitacional no universo visível ou observável.
Mas, se tratando de uma forma geométrico, é provável que haja um centro, certo?
E você, o que acha que é isso?
Bem, se basearmos no que sabemos hoje, graças aos estudos realizados a séculos por estudiosos...
Exatamente! A nossa Terra é o centro!
Esperem! Não desliguem o vídeo ainda.
Não estamos concordando com Ptolomeu e nem com os astrônomos medievais e, também, não estamos há mil anos desatualizados.
Vamos esclarecer.
Primeiro, devemos pensar logicamente e refletir um pouco.
Imaginem uma princesa de um conto de fadas.
Ela vive numa torre de marfim e espera por um cavaleiro.
Como acontece com as princesas dos contos de fadas, ela não consegue sair para fora da torre por causa do dragão de guarda.
Ela não recebe nenhuma informação externa.
A única coisa que consegue observar do mundo é o que enxerga da torre.
Sim, como perceberam, o mundo da princesa está dividido por uma linha horizontal.
O centro do mundo para a princesa é a torre onde ela vive.
Na verdade, é uma ilusão baseada na sua percepção subjetiva, mas não há informações externas que alterem a percepção de mundo dela.
Você já deve ter entendido a metáfora neste caso, certo?
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