"Acidente com VOO da TAM 402"
1996 - O cenário era parecido com o de filmes com efeitos especiais: o avião sobre as casas, carros em chamas e, na rua, um “rio de combustível” que, por onde passava, pegava fogo.
Essa era a descrição do que viu o comandante da reserva do Corpo de Bombeiros Leopoldo Augusto Correa Filho , quando chegou à rua Luís Orsini de Castro na manhã do dia 31 de outubro de 1996, minutos após o Fokker 100 da TAM cair no bairro do Jabaquara, Zona Sul de São Paulo.
Leopoldo, hoje na reserva, comandou 150 bombeiros na operação de resgate do acidente que matou 99 pessoas. Ele contou ao G1 que, logo que chegou ao local, não acreditou na cena que via: “dantesca”, afirmava. “Para mim o cenário parecia inverossímil. Demorou um tempo para a sua cabeça começar a pensar na estratégia de combate”, disse ele que trabalhou no local por dois dias sem intervalo.
Em pouco tempo, os bombeiros concluíram que não havia passageiros e tripulantes vivos em meio aos destroços do avião. Ao mesmo tempo em que equipes ajudavam os cerca de 25 feridos em terra, outras acondicionavam os corpos das vítimas em sacos plásticos, que foram colocados lado a lado na calçada.
O choque do bico do Fokker 100 no solo soterrou algumas vítimas em cerca de um metro. Para retirar os corpos, os bombeiros usaram máquinas, pás e as próprias mãos. “Havia uma grande concentração de pessoas localizadas na frente do avião. Muita gente ficou prensada lá embaixo. Com o impacto, parte da fuselagem entrou na terra.”
O último corpo, segundo recorda o bombeiro, foi encontrado no dia seguinte à queda do avião. “O pessoal da Eletropaulo trocava a iluminação da rua e eles acharam um sapato, um indício de que podia haver um corpo no local. Fomos com a pá e achamos um corpo ali, um metro abaixo da terra”, relata.
Uma coincidência que ajudou no resgate foi que, um dia antes da tragédia, o grupamento comandado por Leopoldo realizou um simulado de socorro a acidente aéreo no Aeroporto de Congonhas, com 45 bombeiros.
Dez anos mais tarde, o comandante da reserva dizia que era difícil apagar as lembranças do acidente da TAM, um dos mais marcantes de sua carreira de bombeiro. “O mais dramático foi o incêndio do edifício Joelma.” O incêndio de 1974 na cidade de São Paulo matou 189 pessoas. Leopoldo estava lá.
Na terça-feira (31/10), quando a tragédia da TAM completava dez anos, Leopoldo rezava pelas vítimas do acidente. “A minha homenagem é eterna. Vou fazer orações a todos aqueles que morreram.”
"Jamais Serão Esquecidos"
#éramosvintebombeirossapadores
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