Ocupar seu tempo observando a si mesmo quando deveria estar interagindo com as pessoas ou curtindo o ambiente te coloca vivendo pela metade, se torna um eterno insatisfeito consigo mesmo.
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Este vídeo se propõe a apresentar situações nas quais um psicólogo pode atuar no processo de psicoterapia, não tendo função de tratamento. A psicoterapia é o seu espaço para receber orientação, refletir, se conhecer, mudar comportamentos, pensamentos e sentimentos
Marisa de Abreu
Psicóloga CRP 06/29493
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Autoavaliação excessiva. Se conhecer é bom, exagerar estraga tudo.
Sou a pessoa que vive falando da importância de se conhecer. Entender sua própria história, perceber que situações causaram efeito positivo ou negativo em sua vida.
Se perceber pode ser revelador. Muitas vezes fazemos coisas e não notamos, fazemos careta, demonstrando clara aversão, a uma pessoa bacana, um objeto bonito, uma comida gostosa e não percebemos que fizemos isso, e nem porque fizemos. Da mesma forma sorrimos ao encontrarmos alguém, nos sentimos plenos e felizes com quem nos faz mal, e nem percebemos.
Você usa uma roupa desleixada num evento importante e argumenta que se trata de seu estilo, quando nem seria tão verdade pois você sempre soube adequar as situações. No fundo não estaria expressando sua falta de interesse ou talvez até sua objeção pelo tal evento? Entender isso pode dar muita luz ao seu próprio funcionamento.
Mas, chegou a hora do “mas”, ficar se monitorando o tempo todo pode ser tão estressante como inútil.
Alguns momentos de auto-observação podem te levar somente a conclusões errôneas de que haveria um ideal que você nunca consegue atingir.
Por exemplo, usar seu tempo de interação com uma pessoa que você gosta para observar se sua roupa está bonita o suficiente, se sua mão está no bolso e isso daria impressão de desinteresse, se está rindo de mais ou de menos, além de te colocar numa postura totalmente desconexa com o momento, talvez dando a impressão de desconforto e vontade de encerrar a conversa, o que não seria verdade, você não estaria observando o outro e percebendo mensagens importantes tanto em relação ao conteúdo do que está sendo dito, pois nem tem como prestar atenção em tanta coisa, como sairá desta conversa sem entender o quanto de interesse a pessoa teve pelo momento de estar li contigo.
Nestes tempos de super utilização das vídeos chamadas tudo isso costuma ser exacerbado, principalmente quando sua imagem fica na tela. Olhar para si mesmo enquanto fala com outra pessoa te obrigará a prestar atenção em coisas demais para um momento que deveria ter um foco apenas. Passar tempo julgando se seu rosto está com boa aparência, se seu cabelo está torto, se sua imagem está enquadrada. Sem falar que se você olhar para a tela seu olhar parecerá distante, se olhar para a câmera não verá a outra pessoa.
Entender por que seu autojulgamento está tão afiado pode dizer muito do quanto você se aceita, o que pretende mostrar aos outros e porque é tão importante causar boa impressão.
