Na praia da Nazaré, o arraias Falacha comete um erro que leva à morte de alguns dos seus conterrâneos. O marido da tia Aurélia é uma das vítimas e ela nunca perdoará o erro à família do arrais. Perseguido pela desgraça, Falacha suicida-se. Certo dia, a filha dele é salva de morrer afogada por Manuel, filho da tia Aurélia.
Maria do Mar, «a película inicial da geração dos anos trinta», é a segunda etnoficção mundial e uma das primeiras docuficções, contemporâneas com as de Robert Flaherty, inventor de ambos os géneros. Nas primeiras obras de Leitão de Barros são consensuais as influências de alguns filmes expressionistas alemães, da escola russa de Pudovkine, Eisenstein, Dvojenko e do cultismo americano.
Alguns desses filmes foram projectados nessa época em Portugal. Letão de Barros desloca- se entretanto à Polónia onde, segundo disse, «o corvo viu a fotografia da Nazaré». Realismo, audácias formais, o sentido do ritmo na montagem são algumas dessas influências. Leitão de Barros assimilou facilmente o essencial dessas tendências e adoptou-as para explorar temas nacionais.
O filme suscitou curiosidade em certa imprensa estrangeira: A Revue du Cinema deu-lhe «honras de gravura» na primeira página e a Close-up, «cuja crítica era universalmente temida, dedicou-lhe nada menos de cinco páginas».
Na obra há passagens que alguns dos primeiros estudiosos do cinema português equiparam a algumas das mais célebres de Eisenstein, mau grado a denuncia que fazem de outras que têm a ver com a presença do «cão raivoso e da cigana, demasiado convencionais e de circunstância».
Rosa Maria – Maria do Mar
Oliveira Martins – Manuel
Adelina Abranches – Tia Aurélia
Alves da Cunha – Falacha
Perpétua dos Santos – mulher do Falacha
Horta e Costa – Peru
Maria Leo – amiga da Maria do Mar
António Duarte – Lacraio
Celestino Pedroso – Coronel
Mário Duarte – médico
Rafael Alves – oficial
Galiana Marraças – nazarena
Bernardina – nazarena
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