Romeiro hei de ir longe ao São André
com ervinhas de namorar,
dar-ei-lhe a quem além mar está
o alouminho do meu amor.

Hei de vestir a camisa de linho
-que ela tece-o para mim-
com ervinhas de namorar;
-anda o lagarto azul e souril-
a acaroar papoilas vermelhas,
-nascidas de fuzis-
com o alouminho do meu amor,
-alheio à guerra e ao seu tambor-
Morto ou vivo hei volver à terra
-que ela andou quanda mim-
com ervinhas de namorar;
-chouta o mascato pelo cantil-
a vela-lo adro familiar,
-lá longe, na fim-
com o alouminho do meu amor.

Cabo do mundo, ó pé dum aguilhão
-doe-me a guerra ruím-
entre ervinhas de namorar;
-corvo marinho voa gentil-
o amilhadoiro a levantar
-e pão santo a colorir-
com o alouminho do meu amor.

Romeiro hei de ir longe ao São André
com ervinhas de namorar,
dar-ei-lhe a quem além mar está
o alouminho do meu amor.

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