DISCO Nº 4350 DA EMISSORA NACIONAL!
Esta gravação data de 1961, foi efectuada nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço d’Arcos, e pertence á Banda 1 da Face A do disco EP de 45 R.P.M. editado pela Voz do Dono com a matriz de disco “7LEM 3058”, a matriz de fonograma “7TPC 214” e o nome “Oração de Amor – António Calvário”.
Neste disco, Joaquim Luiz Gomes e a Sua Orquestra acompanha o cançonetista António Calvário na interpretação de quatro números musicais do seu reportório, que são precisamente “Amor é Dissabor”, “O Nosso Segredo”, “Oração de Amor” e esta “Serenata a Coimbra” que escutamos aqui, da autoria de Joaquim Luiz Gomes, com letra de António de Sousa Freitas.
Encomendado pela 3ª Secção do Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional, obteve a seguinte instrumentação, utilizada pela orquestra privativa do compositor neste fonograma, e originalmente delineada para a voz do tenor José António: 1º Violino A. / 1º Violino B./ 1º Violino C. / Violeta de Arco / Contrabaixo / Guitarra Portuguesa / Partitura / Piano / Violoncelo.
Esta cançoneta foi estreada oficialmente na 3ª feira, dia 24 de Outubro de 1961, no programa “Canções de Portugal”, transmitido ás 21h50 no Programa A da Emissora Nacional, em 655 kc/s e 451 metros, e campeão geral de audiências, derrubando a Noite de Teatro do Programa B, em 397 metros e 755 kc/s, o programa “Vamos para a Estrada Cantar” no Radio Clube Português, os programas “Canções Eternas” das 22h e “Trechos Recreativos” das 22h15, no Emissor de Miramar, a Chuva de Estrelas da Rádio Renascença, a emissão da Rádio Peninsular nos Postos Centralizados, e a exibição do filme “O Tempo é Uma Ilusão” de René Clair, com Linda Darnell e Dick Powell, na sessão “Sétima Arte” da RTP.
Nesse programa, colaborou a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, dirigida por Joaquim Luiz Gomes, e contou com o seguinte programa: “Mangericão da Serra” e “Tonchão”, canções folclóricas açoreanas por Graça Maria, do Coro Feminino da Emissora Nacional; “Motivos Açoreanos” de Joaquim Luiz Gomes, pela Orquestra Ligeira; a referida serenata que escutamos aqui, na voz de Américo Lima; “Pouca Sorte Deus me Deu” de Nóbrega e Sousa e António José Lampreia, por Alice Amaro; “Balada de Amor” de Joaquim Luiz Gomes e António de Sousa Freitas, por Américo Lima; “Nada Mais Quero” de Joaquim Luiz Gomes e Sousa Freitas, por Alice Amaro; “Fado da Madragoa” de Frederico Valério, pela Orquestra Ligeira; “O Sino da Mouraria” de Joaquim Frederico de Brito, e “Quadras Soltas” por Saudade dos Santos; A Rua dos Meus Ciúmes pelo Coro Feminino da Emissora Nacional.
Esta é a sua patente oficial em disco, por António Calvário e a orquestra privativa do compositor, muito difundida na Emissora Nacional, onde este disco foi catalogado com o nº 4350, e que despertou o ódio dos puristas do fado e dos consagrados intérpretes, principalmente os cantores conimbricenses e o Rei do Fado Alfredo Marceneiro, que não hesitou em dizer publicamente: “Se fosse comigo, punha o Calvário a fritar carapaus!”.
Esta música seria remetida ao esquecimento no 25 de Abril, quando os discos de António Calvário foram proibidos em todas as rádios portuguesas, e só voltaria á ribalta na voz de Paulo Alexandre, no disco “Tributo” de 1991.
Esta versão de António Calvário continua a ser alvo do mais absoluto preconceito, pois aquando da edição online da discografia de Calvário na Valentim de Carvalho, a edição total foi suspensa, e este disco foi implacavelmente excluído da edição, sendo a razáo atribuída ao facto de um cançonetista cantar fados inspirados no ambiente conimbricense ser encarado como uma ofensa á tradição de Coimbra.
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