Existem diferenças entre as Plantas Medicinais e a Fitoterapia? Levantando uma discussão conceitual a partir das concepções de estudantes universitários*
*Trabalho vinculado à pesquisa de mestrado intitulada “Usos e significados atribuídos às Práticas Integrativas e Complementares por estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia”, produzida por meio do Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade e financiada com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, através de uma Bolsa de Mestrado proveniente do Programa de Demanda Social. A dissertação foi defendida em 2021.
Autoria: Vinicius Pereira de Carvalho, Maria Thereza Ávila Dantas Coelho e Maria Beatriz Barreto do Carmo.
Resumo: A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares despertou discussões conceituais sobre as práticas integrativas em âmbitos variados. Ainda que, no texto dessa política de saúde, a fitoterapia tenha sido definida como o emprego de plantas medicinais em distintas apresentações farmacêuticas, a adoção da expressão “plantas medicinais e fitoterapia” foi acompanhada de incertezas sobre o que são as plantas medicinais, os fitoterápicos e a fitoterapia. Nesta pesquisa qualitativa, aprovada por um comitê de ética, buscamos compreender as concepções sobre as plantas medicinais e a fitoterapia de estudantes de um curso universitário da área da saúde. Através do tratamento e análise do material coletado por meio de entrevistas, criamos as categorias “concepções sobre plantas medicinais” e “concepções sobre fitoterapia”, apresentadas a seguir. A maior parte das pessoas afirmaram existir diferenças entre as plantas medicinais e a fitoterapia. Desse modo, as plantas medicinais foram descritas a partir da utilização de plantas na forma in natura ou de droga vegetal nas práticas baseadas em saberes tradicionais e populares. A fitoterapia, por sua vez, foi apontada como uma prática que aplica as plantas medicinais em contextos e formas diversas. Outrossim, a fitoterapia também foi retratada enquanto uso de plantas medicinais após a manipulação biocientífica, laboratorial ou industrial, sendo indicada na qualidade de sinônimo de remédio fitoterápico. Admitindo estudantes universitários como usuários e futuros trabalhadores dos serviços de saúde, observamos que essas diferentes concepções repercutem na utilização e registro institucional dessa prática integrativa, tendo sido descritos na literatura, por exemplo, problemas relacionados com os sistemas de notificação e informação em saúde. Nesse sentido, propomos que o termo “plantas medicinais e fitoterapia” seja substituído por “plantas medicinais e fitoterápicos”, no texto da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, compreendendo a fitoterapia como uma prática de saúde que abrange o uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
Palavras-chave: Plantas Medicinais; Fitoterapia; Terapias Complementares; Estudantes; Universidades.
#CongressoUFBA75anos
#MesadeDiscussão
#UFBA
#PráticasIntegrativas #Fitoterapia #Universidade
