Parece uma pergunta fácil, mas não é. 🤔
Isso porque, por aqui, o ideal de branqueamento da população foi abraçado e até virou política pública. 🏛️ No século XIX e XX, a elite brasileira não curtia muito a ideia de a maioria da população ser negra e indígena e mobilizou uma série de recursos para apagar a “mancha negra” do Brasil.
A proibição da capoeira a Lei de Vadiagem (1941). Tudo que era associado a população afrodescendente passou a ser proibido, ignorado ou criminalizado. Isso te lembra alguma coisa? 😤 Basta ver a perseguição ao Funk, Samba, as batalhas de rima que acontecem até hoje!
O processo de radicalização do Brasil é único, Oracy Nogueira (2006) caracterizou o preconceito racial como sendo de marca “quando o preconceito de raça se exerce em relação a aparência, isto é, quando toma por pretexto para as suas manifestações os traços físicos do indivíduo, a fisionomia (…) diz-se que é de marca”
E aí a gente vai entendendo outro conceito, o de COLORISMO: a discriminação pelo tom da pele. O branqueamento violento da população fez com que pessoas negras da pele clara fossem mais “toleradas” pela branquitude (Mas, isso não alivia o racismo). Pelo contrário, faz com que conflitos existam dentro da nossa própria comunidade. “Mas ela não negra, não é o lugar de fala dela” e que muitas pessoas não se considerem negras por terem o tom de pele mais claro: O colorismo nos divide!
De acordo com a classificação do IBGE, consideramos negro quem se autodeclara preto ou pardo. Isso porque a população NEGRA é composta pela soma de pretos e pardos. Na política, uma pessoa é considerada negra se tiver ascendência africana e se identificar dessa forma.
Quando eu assumo a identidade política de pessoa NEGRA entendo que o tipo de racismo que eu sofro não é o mesmo de uma pessoa da pele retinta. Entendo meu papel dentro da luta, seja na escola, no partido político, na arte... é lutar contra o racismo, por políticas públicas, por cotas raciais e por mais representação nos espaços de poder. ✊🏾✊🏾✊🏾✊🏾
Como disse Victoria Santa Cruz no poema "ME GRITARAM NEGRA": "Afinal compreendi, AFINAL, já não retrocedo, NEGRO NEGRO, Negra sou!" 🖤✨
