A Polícia Civil do DF, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (CORPATRI/PCDF), deflagrou, na madrugada desta quarta-feira (7), a Operação Latrinariam. A ação visou o cumprimento de 14 mandados de prisão preventiva e 21 mandados de busca e apreensão domiciliar nas regiões administrativas de Ceilândia, Samambaia, Santa Maria, Taguatinga, Brazlândia, Recanto das Emas, Gama e Valparaíso de Goiás/GO.
A investigação — que durou cerca de dez meses e contou com o apoio de auditores da Secretaria de Fazenda do DF— objetivou desarticular um grupo criminoso organizado, que atua no furto mediante fraude de cargas e receptação, por meio de comércios legalizados nas cidades de Santa Maria e Valparaíso de Goiás/GO.
O alvo da operação é a rede de Supermercados Alvorada, com unidades em Santa Maria e no Valparaíso/GO. Segundo apurado, sócios, proprietários, funcionários e motoristas de caminhões fretados fazem parte do grupo criminoso. Ao todo foram realizadas 13 prisões, sendo 11 no Distrito Federal e duas na Bahia. Um integrante do grupo ainda está foragido.
Segundo o coordenador e delegado da Corpatri, Marco Aurélio Vergílio, o grupo agia, desde 2016, no Distrito Federal, no desvio de cargas oriundas do Estado de Goiás, subtraídas por meio de fraudes, com uso de documentos falsos, para retirá-las e desviá-las para a comercialização nos supermercados da rede. “Estima-se que o grupo causou um prejuízo de pelo menos um milhão e meio de reais, ao longo desses dois anos”, destaca. A Corpatri contabilizou cerca de 27 ocorrências registradas, a maioria delas em Goiás, inclusive de lavagem de capitais, conclui o delegado.
Dentre os estabelecimentos investigados no esquema fraudulento, está uma revendedora de veículos pertencente ao dono da rede de supermercados localizada em Santa Maria. “Verificamos o comércio de pelo menos cem carros. A loja funcionava há dois anos sem qualquer autorização, informa o delegado da Corpatri André de Oliveira. No local, foram apreendidos vários veículos de luxo e também na residência de E.T.S., além de uma pistola, munições e R$ 30 mil, em espécie.
Durante as buscas realizadas nos dois supermercados da rede foi apreendida grande quantidade de mercadorias furtadas e roubadas, provenientes de desvios de cargas, que estavam no depósito e nas prateleiras, destinadas à venda, destaca o delegado Luiz Fernando Alves, da Corpatri, que acompanhou o trabalho.
Segundo o delegado, os supermercados da rede funcionam em condições precárias de higiene e armazenamento de alimentos, principalmente os perecíveis, como carnes e laticínios, em razão da presença de insetos e produtos com prazo de validade vencidos.
Verificou-se, ainda, a venda de pacotes de batata frita, de origem duvidosa — pois a marca não é vendida pelo fornecedor ao DF —, com preços abaixo do mercado, vários produtos vencidos, além da prática de sonegação fiscal, pois não há emissão de cupom fiscal. “Durante esses dois anos, houve o desvio de pelo menos cem toneladas de mercadorias, podendo aumentar esse número com a continuidade das investigações”, conclui.
Os investigados responderão, na medida de suas respectivas condutas, pela prática dos crimes de organização criminosa (3 a 8 anos de reclusão), furto mediante fraude, 2 a 8 anos de reclusão, receptação qualificada (3 a 8 anos de reclusão), adulteração de sinal identificador de veículo automotor (3 a 6 anos de reclusão), falsidade Ideológica (1 a 5 anos de reclusão) e uso de documento falso (2 a 6 anos de reclusão).
Divisão de Comunicação/DGPC
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PCDF, excelência na investigação.
