Um bolero caipira, “Boneca cobiçada” ganhou as paradas de sucesso em janeiro de 57, nelas permanecendo por mais de dez semanas. Composto por artistas sertanejos – Biá (Sebastião Alves da Cunha) e Bolinha (Euclides Pereira Rangel) -, o bolero teria, naturalmente, que ser lançado por uma dupla do gênero (Palmeira e o próprio Biá), cantando em terças como manda o figurino. Aliás, Palmeira e Biá foram figuras importantes nesse setor de nossa música, atuando juntos ou com outros parceiros.
Mas seu grande sucesso foi mesmo “Boneca cobiçada”, tão grande que ensejou a promoção de Palmeira (Diogo Mulero) a diretor artístico dos discos sertanejos da RCA. Aproveitando a popularidade de “Boneca cobiçada”, e em contrapartida a seus exageros românticos, foi gravado pelo humorista Zé Fidélis, ainda em 1957, o bolerinho satírico “Boneca cabeçuda”.
“Boneca Cobiçada”, mais uma bela faixa do CD “Nós, os amigos ‘em duetos’ – Cantando para vocês”, que tem produção musical do meu particular amigo Mário Henrique e que contou com a participação dos cantores uberabenses Tiveron, Romeu Gomes, Ademar, Carlos Braga, Dudu, Valéria, Luís Bichetti e do próprio Mário Henrique.
“Que as armas se calem e que a música, a paz e o amor falem mais alto” é a dedicatória de Romeu Gomes na abertura do encarte de “Boneca Cobiçada”, música de Biá e Bolinha, aqui interpretada por Valéria e Tiveron.
Esse trabalho contou com o patrocínio Cascata Pizzas, arte e gravação de Hérica Oliveira.
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BONECA COBIÇADA]
De: Biá e Bolinha
Quando eu te conheci,
Do amor desiludida,
Fiz tudo e consegui,
Dar vida à tua vida.
Dois meses de ventura,
O nosso amor viveu,
Dois meses com ternura,
Beijei os lábios teus.
Porém eu já sabia,
Que perto estava o fim,
Pois tu não conseguias,
Viver só para mim.
Eu poderei morrer,
Mas os meus versos não,
Minha voz hás de ouvir,
Ferindo o coração.
Boneca cobiçada,
Das noites de sereno,
Teu corpo não tem dono,
Teus lábios têm veneno.
Se queres que eu sofra,
É grande o teu engano,
Pois olha nos meus olhos,
Vê que não estou chorando.
Se queres que eu sofra,
É grande o teu engano,
Pois olha nos meus olhos,
Vê que não estou chorando.
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