O transtorno do espectro autista (TEA) integra um grupo de desordens do neurodesenvolvimento, que correspondem a uma série de condições que são manifestadas nos primeiros anos de vida, comprometendo o desenvolvimento típico dos indivíduos. A frequência de diagnósticos de TEA tem apresentado um aumento significativo nas últimas décadas. Estima-se que, a prevalência de TEA atinja aproximadamente de 1 a cada 54 crianças. Problemas com a alimentação são características marcantes e comumente descritas na conduta de crianças e adolescentes com o TEA. Por isso, no tema dessa semana vamos falar sobre: “Seletividade alimentar em crianças com Transtornos do Espectro Autista (TEA). Então, aumenta o volume, se prepara para curtir e compartilhar o conteúdo de primeira que temos para você!
O Transtorno do Espectro Autista, também chamado de TEA, é um transtorno de desenvolvimento neurológico influenciado por múltiplos fatores que desempenham um papel na sua condição clínica, de modo a apresentar comprometimento da comunicação, interação social e padrões restritos e repetitivos, presentes antes dos três anos de idade.
As atitudes repetitivas podem estender-se aos hábitos alimentares que afeta a nível sensorial e pode limitar seu consumo a poucos tipos de alimentos, limitar a consistência alimentar ou, ainda, associar seu consumo a determinados hábitos e compulsão alimentar.
A dificuldade de processamento sensorial inclui sensibilidade excessiva ou insuficiente a estímulos sensoriais no ambiente (olfato, paladar, visão, audição e tato).
Constantemente, relatos de pais de crianças com TEA atribuem seletividade alimentar a aversões a cor, sabor, cheiro e/ou textura. A sensibilidade sensorial pode levar essas crianças a restringirem seu consumo de alimentos com texturas preferenciais, toleráveis e controláveis associada a taxas mais altas de recusa alimentar, repertório mais restrito e baixo consumo de frutas e vegetais. A falta de variedade alimentar pode colocar os indivíduos em risco nutricional.
Algumas estratégias podem ser realizadas para ajudar os pais e cuidadores que enfrentam essas dificuldades com a sensibilidade sensorial e seletividade alimentar:
⁃Buscar ajuda do trabalho de uma equipe multidisciplinar que inclua fonoaudiólogo, médico, psicólogo, profissional de educação física, pedagogo, terapeuta ocupacional e nutricionista, a fim de melhorar as experiências sensoriais relacionadas à alimentação e aumentar adequação e variedade alimentar. As estratégias podem incluir a mudança da textura e consistência dos alimentos para diminuir a sensibilidade sensorial.
Algumas atividades sensoriais que podem ser realizadas pelos pais:
⁃Ouvir música sobre alimentos;
⁃Ofertar alimentos com texturas diferentes (íntegro, ralado, picado, papa etc.);
Exemplo:
1a Cenoura inteira
2a Cenoura sem folhas
3ª Cenoura em rodelas
4ªCenoura em papa
5ªCenoura picada
6ªCenoura ralada
⁃Falar sobre as características dos alimentos no horário das refeições;
Exemplo:
1a "Olha a maça, filho (a)"
2a "A cor da maça é vermelha"
3a "Cheira a maça! que cheiro bom"
4a "Vamos comer?"
⁃Criar uma pasta com imagens de alimentos e estimular a visualização todos os dias (Trabalhar com imagens verdadeiras dos alimentos, ex: ovo, carnes, entre outros…).
Mas atenção, existem alguns fatores desmotivadores na educação nutricional:
⁃o costume de assistir à televisão estimula o consumo alimentar mesmo em indivíduos sem fome. Assistir à TV é uma atividade distrativa que faz com que os indivíduos ignorem sensações como saciedade.
⁃Cuidado com as publicidades, elas influenciam o consumo de produtos ultraprocessados, ou seja, aqueles industrializados, de alta caloria e baixo teor nutricional.
Portanto, recomenda-se que os indivíduos façam suas refeições em lugares calmos e tranquilos (longe de televisores, eletrônicos) e que sejam críticos quanto ao conteúdo dos comerciais.
A família tem papel fundamental nesse processo, uma vez que os fatores ambientais afetam os hábitos alimentares das crianças com TEA. Além disso, considera-se que esses indivíduos precisam de uma atenção qualificada no tratamento alimentar e nutricional, não apenas do nutricionista, mas de uma equipe multiprofissional, para que sejam estimulados com técnicas sensoriais envolvendo uma alimentação adequada, reparando, assim, o quadro de dificuldades e padrão alimentar seletivo ou compulsivo.
Roteiro: Docente Flávia Dias Narração: Discente Fabiane Pinheiro
Referências:
DE MORAES, L. S.; BUBOLZ, V. K.; MARQUES, A. y C.; BORGES, L. R.; MUNIZ, L. C.; BERTACCO, R. T. A. Seletividade alimentar em crianças e adolescente com transtorno do espectro autista. Revista da Associação Brasileira de Nutrição - RASBRAN.2021.
MAGANGIN, T. ; SORATTO, J. Autismo: comer para nutrir. [recurso eletrônico]. Criciúma, SC: Ed. do Autor, 2019. 34p.: il. , v. 12, n. 2, p. 42–58, 2021.
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