Uma investigação divulgada hoje, por um tribunal britânico, acusa o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de provável envolvimento no assassinato de um espião russo exilado em Londres. É um caso cabeludo, que mistura política, diplomacia e espionagem. Mas vamos aos fatos.
Um espião russo chamado Alexander Litvinenko foi preso em Moscou há 17 anos. Ele acusou os chefes dele de ligação com o crime organizado. Foi libertado e depois preso mais uma vez, quando acusou o governo de querer assassinar o magnata Boris Berezovsky. Esse magnata, que tinha uma fortuna de 3 bilhões de dólares, era inimigo do presidente Vladimir Putin. Pois bem, o espião Litvinenko estava muito encrencado, e conseguiu se exilar na Inglaterra. Eis que em 2006 ele sai para tomar chá com dois conhecidos ligados ao serviço de espionagem que sucedeu a KBG dos tempos de comunismo. Dias depoi s, Litvinenko é internado num hospital, e os médicos descobrem, assustados, que ele foi envenenado com uma substância radiativa, o Polonio-210. Essa substância não é comprada em farmácia. Ela é retirada de reatores atômicos, controlados pelo governo. O ex-espião morre dias depois. Precisou ser enterrado num caixão de chumbo, para não contaminar o cemitério com radioatividade. A viúva dele e militantes pelos direitos humanos lançam uma campanha para esclarecer o crime. Há dois anos, uma comissão é nomeada pelo Judiciário. O relatório dessa comissão foi divulgado hoje, quinta-feira. O governo russo reagiu e disse que a investigação foi orientada politicamente. Mas a diplomacia britânica entrou no caso e convocou o embaixador russo para esclarecimentos. O relatório de 300 páginas diz que o envenenamento não teria acontecido sem que Vladimir Putin fosse o possível mandante do crime. Em tempo, Boris Berezovsky, o desafeto de Putin, apareceu morto na Inglaterra há dois anos. É no mínimo suspeita essa epidemia que acaba matando os inimigos do presidente russo. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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