Se há criação, se há Existência, há um Criador ou um princípio criador. Esse Logos do Universo, conceito presente na filosofia grega a partir de Heráclito, para os deístas não é um ser todo-poderoso, pois não faria sentido ao Criador interferir em sua criação. E ainda que tal Ser o quisesse, não teria como o fazer.
Difere da posição agnóstica, pois agnóstico é quem declara não ser possível saber o que ou quem é o início de tudo ou ele, agnóstico, não está interessado na essência metafísica: a causa primária das causas primárias.
Numa posição intermediária, o Tao, do Tao Te Ching, definido como incognoscível. Haveria agentes sobrenaturais intermediários, Yin e Yang, forças opostas e complementares que governariam as circunstâncias humanas e dos demais seres vivos. Como para Platão haveria o Demiurgo e, para o povo grego, os deuses: oráculos ou milagreiros.
O Deísmo não é, portanto, a única posição diversa do Teísmo, que por sua vez alicerça as grandes fés abraâmicas: Cristianismo e Islamismo. Têm ambos o Judaísmo como base, embora, na Septuaginta, Javé nem sempre disponha da dupla condição de Criador e governante plenipotenciário.
Haverá muitos cristãos a defender que Deus não interfere em disputas miúdas e circunstâncias naturais corriqueiras, nenhum a dizer que não O possa fazer. Onipotente e onisciente, uma conclusão lógica, sintetizada por Rousseau na fórmula: "Quem pode o mais pode o menos", seria óbvio que quem criou pode interferir, pois quem foi capaz do milagre maior, o Universo, a Existência, não tem por que se privar de operar milagres menores.
Neste vídeo, Régis Antônio Coimbra, agnóstico, mas nem por isso desinteressado de todo em Metafísica, debate com o teísta católico Aurélio Schommer, ambos em parte tomados das paixões que o tema desperta, ambos tentando encaixar a posição deísta entre as muitas formas de se olhar para a Criação e para os destinos das criaturas.
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