O Ligamento Cruzado Anterior é uma importante estrutura do joelho, e tem como função evitar que a tíbia se desloque para frente durante o movimento de frenagem, evita a rotação da tíbia, e é responsável pela propriocepção (informar ao cérebro sobre a localização do joelho no espaço). Por esse motivo, ele é muito importante para nossa movimentação e para a prática de atividades físicas.
Ele se rompe, principalmente, devido à entorse do joelho, como acontece com os jogadores de futebol. Quando a lesão ocorre, o primeiro sintoma é o estalido, seguido do inchaço localizado (derrame articular). Isso acontece quando o jogador está com o pé preso ao solo e acontece o impacto corpo a corpo, rotacionando o joelho. Outra forma bastante comum dessa lesão é quando um jogador cai sobre o outro, gerando a hiperextensão do ligamento.
Uma vez rompido, é necessário realizar a cirurgia para a reconstrução do ligamento, que pode ser feito através de enxerto (utilizando fragmentos de vários pontos do corpo); ou com a utilização de doador cadáver (mais comum no exterior). Esse enxerto é inserido no local da lesão, e com o tempo ele se “ligamentiza”, ou seja, adota a forma de ligamento.
O pós operatório é dividido em três períodos:
Fase regenerativa: trabalho fisioterapêutico.
Do 3º ao 6º mês: fortalecimento.
A partir do 6º mês: trabalho para retorno ao esporte.
Contudo, em alguns casos, mesmo com a cirurgia, o ligamento acaba rompendo novamente. Isso acontece por diferentes causas:
Erro técnico da equipe médica: com as constantes mudanças nas técnicas de reconstrução, pode acontecer uma “falta de preparo” ou capacitação por parte da equipe. Felizmente, esse motivo é cada vez mais incomum.
Lesões ligamentares adicionais: nesse caso, ocorreu alguma lesão adicional que não foi identificada, ou não foi tratada adequadamente. 10 a 15% dos casos de lesão do LCA apresenta uma lesão secundária, que pode levar a um novo rompimento.
Desalinhamento dos membros: acontece nos casos de joelho varo, que deve ser corrigido antes ou durante a reconstrução do ligamento.
Insuficiência biológica do enxerto: nesse caso, o ligamento acaba reabsorvido pelo próprio corpo durante o período de reconstrução.
Pós operatório incorreto: quando o paciente não segue a todas as orientações passadas pela equipe médica, pode acontecer uma nova ruptura, principalmente a partir do 6º mês. Essa fase é essencial e deve ser acompanhada por um profissional capacitado.
Traumatismo recorrente: em alguns casos, mesmo com o sucesso da cirurgia e obedecendo à todas as recomendações, uma nova lesão pode acontecer, principalmente em esportes de alto contato.
Quando esse ligamento se rompe novamente, os sintomas são semelhantes, apresentando o estalido e o inchaço localizado, contudo com menos intensidade. Muitas vezes o paciente observa os sintomas alguns dias após a atividade, o que pode indicar que uma nova ruptura aconteceu. É essencial buscar a ajuda de um médico para uma avaliação, onde podem ser aplicadas manobras ligamentares e solicitados novos exames. A nova cirurgia deve levar em conta o histórico do paciente, a causa da nova ruptura e a possibilidade de uma nova abordagem. Algumas dicas importantes:
Escolha de um novo enxerto: Caso não haja uma causa aparente, é possível que o enxerto tenha sido absorvido pelo corpo, e nesse caso, cabe a avaliação de uma nova técnica.
Preservação dos meniscos: Assim como na primeira cirurgia, a preservação dos meniscos é essencial, para que não cause um quadro de artrose no futuro.
Correção de instabilidades associadas: Outro fator importante é a correção de instabilidades associadas, para que novas lesões não aconteçam.
Procedimentos concomitantes: Muitas vezes o paciente apresenta alguma condição associada, como a artrose. Nesse caso, é possível realizar procedimentos em conjunto para garantir o bom funcionamento do joelho.
Correção de eixo: Pessoas que nasceram com alguma condição como o joelho varo, devem ser tratadas nessa nova cirurgia.
Protocolo pós operatório: Essa fase é essencial para garantir o sucesso dessa nova cirurgia. Por esse motivo, conte com uma equipe altamente preparada que possa te acompanhar e garantir o retorno ao esporte de forma segura e com qualidade de movimento.
Dr. Adriano Leonardi
CRM/SP 99.660
Médico ortopedista especialista em joelho pela Sociedade Brasileira de cirurgia do joelho (SBCJ).
Médico do Esporte pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME).
Membro da diretoria da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva (SPAMDE) 2018-2020.
Fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de medicina de áreas remotas e esporte de aventura (ABMAR).
Colunista e consultor em medicina do Esporte dos sites EU ATLETA e GLOBO ESPORTE
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