A melodia deste clássico da Bossa Nova foi composta em 1965 por Tom Jobim e, a princípio, seu nome era Zíngaro (acabou gravada doze anos mais tarde por João Gilberto com seu nome de nascimento). Em 1968, Tom cedeu sua composição para um jovem Chico Buarque, então com 24 anos, escrever este poema maravilhoso. Chico lançou-a em seu terceiro disco (Chico Buarque de Hollanda - volume 3). Essa música foi regravada diversas vezes por vozes eminentes da música brasileira, como a gigante Elis Regina.
Uma curiosidade interessante sobre a letra desta música é que Tom e Chico discordavam entre si sobre como deveria ser a redação final em algumas partes. No verso original "Trago o peito tão marcado", Chico teria querido trocar por "Trago o peito carregado", por achar que o advérbio poderia soar como uma muleta para alcançar a métrica; Jobim não permitiu a mudança, batendo o pé ao dizer que "peito carregado" poderia ser um indicativo de doença pulmonar. Noutra celeuma, Jobim contestou o verso que dá o título à obra, alegando que o correto seria seguir o que diz o povo e redigir "retrato em preto e branco". Chico lhe respondeu: "Muito bem... então colocarei 'vou colecionar mais um tamanco/outro retrato em preto e branco'". E então Tom não falou mais nada. E ainda bem, não é mesmo?
Espero que gostem da minha interpretação, dando sempre os devidos descontos às qualidades do áudio, do vídeo, da voz e do violão. Até o próximo vídeo! :)
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