Compositores: Michel K, Alexandre Valuzuela e Tania Grillo
Intérprete: Raphael Krek
Coro: Pavarotti, Rogerinho, Lissandra e Vanessa Vieira

Eu sou o guardião da mata
Última fronteira da liberdade
Minha casa, Hutukara
Morada sagrada da diversidade
Água de rio, rastro de bicho, cheiro de caça
Quero a floresta viva, sem marco, sem marcas
Quero a floresta viva, sem marco, sem marcas

Ae Ae Ae canta o xamã pro xapiri
Ae Ae Ae pede proteção pro povo prosseguir
Ae Ae Ae nosso lugar é aqui
Ae Ae Ae desde antes do napë invadir

Quem eles são?
São prisioneiros de um progresso sem razão
São forasteiros, garimpeiros da ambição
Querendo ter o que Omama quis guardar
Por onde vão
Matam os rios, ameaçam tudo em vão
Com suas máquinas devoram nosso chão
E a fumaça xawara infesta o ar
Me diz: é desse jeito que faremos um país?
Os meus irmãos não têm direito a mães gentis?
Somos os filhos dessa terra, nosso lar (nosso lar)
Hoje, pra essa avenida reahu do mundo inteiro
De cada aldeia vêm guerreiros do Salgueiro
Ya nomaimi, muita flecha vai voar

Pra que o céu não caia sobre nós
Chegou a vez de ouvir a nossa voz
Num mesmo grito contra um futuro infame
Salgueiro abraça a luta Yanomami

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