SOVANDO OS ARREIO
(Leonardo Quadros)

Apresentação na XVII Jerra da Canção Nativa

Violão e Voz: Leonardo Quadros
Acordeon e Vocal: Lucas Ferrera
Baixo e Vocal: Alexandre Scherer
Pandeiro e Vocal: Felipe Leal

SOVANDO OS ARREIO

DESCE NA COPA
E PINGA DA ABA, DO “SOMBRERO” ESCURO
A GOTA, MANSA
QUE A NOITE GRANDE, EM SERENO, CHOROU
PRO FRIO DO INVERNO, TENHO UM PONCHO GROSSO
LENÇO NO PESCOÇO E BOTA DE GARRÃO
JULHO DE VENTO BRABO
BARBICACHO ATADO, ESTENDO UM REDOMÃO

NUM BATE-CASCO
O MEU PONCHO GASTO NÃO NEGA GUARIDA
RANCHO E ABRIGO
JÁ ANDA COMIGO, MAIS DE MEIA VIDA
E O VELHO BASTO, ANTIGO E SOVADO
ANDA “MUY” SURRADO, DE CINCHA E DE LOMBO
A LIDA FORTE AGUENTA
AINDA ME SUSTENTA E ME LIVRA DO TOMBO

PASSO E TROTE
NÃO VOU A GALOPE QUE É NOVO DE FREIO
DEIXO QUE VÁ SE EMBALANDO
E EU SIGO ESTRADEANDO, SOVANDO OS ARREIO

PRA UM, QUE COICEIA
MEU PAR DE MANEIA, NUM “UPA”, SE ATA
SEMPRE QUE ENCILHO
“NO MÁS”, APRESILHO “NOS PULSO E NAS PATA”
JÁ SALTA A TAMPA
DE UM AVIL, DE GUAMPA, QUE HERDEI DE UM AVÔ
ENCILHO DESPACITO
REASCENDO UM PITO QUE A POUCO APAGOU

MUITO ME AJUDA
ESSA ESPORA MIÚDA, PRESA NO GARRÃO
SÓ BELISCA, SE MANDO
E POR ONDE ANDO VAI RISCANDO O CHÃO
QUEM FAZ FLOREIO É O MANGO FEIO
COM FIEL TORCIDO, NO PULSO DIREITO
CRUZADO COM O DIABO
TEM FAMA DE BRABO E BOTA RESPEITO

#delhemúsicagauchada

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