A fita estava muito mofada, foi o melhor que deu para fazer.
Em 2001, o publicitário Washington Olivetto foi levado a local desconhecido ao sair de sua agência em Higienópolis, zona central de São Paulo. Durante 53 dias, ele ficou isolado em uma casa na zona sul da cidade, no bairro do Brooklin.
A operação teve ares espetaculares: a rotina de Olivetto foi acompanhada por dez meses antes da ação, o que permitiu aos autores saberem como ele circulava pela cidade. No dia marcado para a operação – 11 de dezembro – os sequestradores montaram uma falsa blitz, pararam o veículo dirigido pelo motorista do publicitário e o levaram, encapuzado, para o cativeiro, um cubículo de 3 metros por 1.
O contato com a família era feita por meio de entregadores. No dia seguinte ao sequestro, um buquê foi entregue à esposa de Olivetto, Patricia Viotti. Nele, além das flores, o relógio do publicitário e um recado com o pedido de resgate. Quase um mês depois, latas de tinta foram entregues na casa do até então sequestrado, junto com um bilhete exigindo o pagamento. Por fim, com um pacote de produtos de beleza, entregue pelo funcionário de uma farmácia, o grupo mandou mais um recado. O objetivo seria, supostamente, arrecadar dinheiro para financiar as atividades de uma fração do Movimento Esquerda Revolucionária (MIR) chileno.
A solução para o sequestro, contudo, passa por Serra Negra (SP), a cerca de 150 km da capital paulista. Um corretor de imóveis da cidade ligou para a polícia para denunciar que turistas estrangeiros, hospedados em um sítio na região, estavam fumando maconha. Até então, a família de Olivetto pedia que os policiais não se envolvessem. Com a denúncia, agentes foram ao local. Maurcio Norambuena abriu a porta para os policiais. Dentro da casa, havia anotações sobre a operação e armas.
Já detido, Norambuena exigiu poder fazer contato com os outros sequestradores para poder libertar o publicitário. O chileno escolheu um telefone público na rua e, longe da vista dos policiais, discou um número e, identificando-se como comandante Ramiro – o nome que usou durante seu período na FPMR –, disse que o sequestro havia terminado.
A libertação de Olivetto, no entanto, aconteceu quase que por acaso. Faltou luz no Brooklin e os sequestradores que guardavam o cativeiro, achando que a polícia tinha cortado a luz no bairro para fazer alguma operação de resgate, abandonaram o local. Uma vizinha da casa ouviu os gritos de socorro do publicitário e chamou os policiais, que, finalmente, o soltaram. Os envolvidos no sequestro foram presos.
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