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Freud fala sobre as feridas narcísicas que a humanidade sofreu. Decepções que desconstruíram nosso antropocentrismo. A primeira veio com Copérnico, quando pensávamos ser a terra o centro do universo e ele nos provou nossa insignificante posição no cosmos; insistimos, com nossa visão religiosa, de que éramos a imagem e semelhança de Deus, criador do universo, aí veio Darwin é nos tirou deste trono, provando que éramos meros descendentes de animais; mas tínhamos algo que nos distanciava deles: a inteligência, reconhecidamente um valioso recurso, quando bem aplicado, e seguimos com nosso orgulho com o “Penso, logo existo".
Freud, com a descoberta do inconsciente destrói este último reduto do nosso narcisismo, pois é no inconsciente onde reside nossa essência, e a ela somos alienados. Ou seja, nossa forma de viver nossa existência, nossos desejos e identificações, tudo aquilo que nos faz sofrer, amar e criar tem uma origem sobre a qual não temos controle nem acesso. Nossa existência é um sintoma de conflitos inconscientes entre a pulsão e a civilização.
João Rego – Cientista político e psicanalista
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