[Evento realizado em 20.10.2018]
O terreiro e a cidade mantêm relações de tradição e contradição. A cada rito, oferenda, ebó, o espaço urbano é produzido, contestado e ressignificado. Essa tessitura material e simbólica da (etni)cidade assenta os territórios tradicionais das religiões afrobrasileiras, em meio à perseguição e à discriminação históricas.
Nesse sentido, o provérbio "kosi ewe, kosi omi, kosi ile, kosi orisa" (sem folha, sem água e sem terra não há orixá) fala dos direitos ancestrais de uso comum dos espaços naturais e construídos, mas também dos conflitos socioambientais cada vez mais pungentes enfrentados por essas comunidades.
O que o direito à cidade, na interface com os demais direitos humanos e fundamentais, tem a ver com esses conflitos? Qual a importância do território e dos lugares de axé para as tradições sagradas de matriz africana? Qual o papel da regulação e da fiscalização urbana em práticas de racismo institucional? É nessa encruzilhada que juristas, lideranças sociais e sacerdotisas(es) se encontram para refletir sobre os desafios para o reconhecimento e a concretização dos direitos dos povos de terreiro.
Participantes:
Thiago Hoshino - doutorando em direito pela UFPR, membro da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (RENAFRO) e organizador do livro “Direitos dos Povos de Terreiro”.
Mam'etu Luijidi(Mãe Ofá) - sacerdotisa de candomblé da tradição Congo/ Angola, Coordenadora da Renafro núcleo São Roque e região, Coordenadora INTECAB Núcleo São Roque e região e Fundadora da AEDAB - Associação de Estudos da Cultura e Religiosidade Espírita de São Roque.
Thais Prado - coordenadora do Coletivo de arte LarAyo, e Representante do GT de Juventude da Renafro SP.
Joice Berth - arquiteta e urbanista, pesquisadora e escritora. Autora do livro O que é Empoderamento? da coleção Feminismos Plurais.
Mediação:
Patryck Carvalho - Arquiteto e Urbanista, Coordenador da Regional Sudeste do IBDU
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