Dá pra cultivar plantas usando apenas água? A melhor forma pra conseguir mudas é colocando as estacas num copo d'água? o que acontece com as raízes? Como a planta se comporta depois de transplantada pra um substrato? Nossa jardineira Carol Costa conta tudo sobre plantas na água – e que não são aquáticas!

É muito interessante observar uma planta enraizando em um copo com água. É bonito, didático e dá pra ver, em detalhes, como as raízes se formam em uma estaca. Mas, se a planta não é aquática, esse não é o ambiente ideal pra verdinha se desenvolver – ela precisa rebolar pra se virar com poucos recursos e, mesmo as mais resistentes, começam a chiar se permanecem por muito tempo num local onde só existe água e nenhum substrato lugar pra fixar suas raízes. Carol listou alguns pontos que contam como desvantagem quando o cultivo da planta usa apenas água e, vale levar em consideração se você pensa em manter algumas verdinhas .

#1: pode juntar bicho – se água não é trocada todos os dias, em algum momento surgirão insetos. Ninguém quer um criadouro de mosquitos dentro de casa (xô dengue!). Pode parecer que basta trocar a água diariamente mas, olha uma conta que não fecha: mudando a água, você gastará adubo numa quantidade absurdamente maior do que se o cultivo fosse feito no substrato. Ao dispensar a água, lá se vão os nutrientes que a planta tanto precisa.

#2: há mais risco de apodrecimento – partes da planta que não deveriam estar em contato com o substrato, muito menos com a água, começam a apodrecer. Caule e folhas não foram feitos pra ficar submersos e daí, vem o cheiro ruim, vindo da decomposição e desenvolvimento de bactérias que atacam essas partes da planta. A verdinha fica doente ou então, luta pra se manter viva.

#3: a muda sente mais a mudança pra terra – depois de semanas, até meses, vivendo e se adaptando à uma vida aquática, é um choque pra planta quando ela precisa encarar o dia a dia no substrato. Mesmo sendo terrestre, esse serzinho fez o que pode pra encarar uma vida num ambiente onde tinha água em quantidade e nutrientes praticamente inexistentes – isso quando ela recebia adubo. Aí, imagina o perrengue quando ela sai da água e vai pro substrato: pontinhas super delicadas de raízes que se quebram quando passam pra terra; aquela superdose de água não tá disponível e ela precisa reaprender a armazenar líquidos; macro e micronutrientes em quantidades desconhecidas até agora causarão um choque pra planta. Tudo isso vai dificultar a vida da plantinha por um bom tempo, até ela pegar o ritmo.

No vídeo, Carol mostra duas plantas idênticas, e compara o cultivo na água e no substrato. Apesar de dar pra ver as raízes da planta na água, o Ficus lyrata cultivado no substrato se desenvolveu melhor. Dá pra perceber no tamanho e nas novas folhas que se formam. Vale fazer um teste aí, na sua casa: faça duas mudinhas, da mesma planta e, tente enraizar uma delas na água e outra, direto no substrato. Vá observando e cuidando de ambas com a mesma dedicação e, você poderá tirar suas próprias conclusões.

Quer plantas na água? Existem as aquáticas, serezinhos verdes que se adaptaram por milhares de anos pra viver nessas condições de muita água e pouco substrato. E olha só, que interessante: até mesmo essas precisam de um pouco de lodo ou terra pra manter suas raízes num ambiente aquático. Dá também pra usar água em plantas de corte ou então, em locais onde um ser clorofilado não duraria muito tempo, seja por falta de sol, seja por condições de temperatura e umidade (oi, lavabo e banheiro!).

Depois de conhecer um pouco mais sobre plantas e água, você pode decidir se quer tê-las em vasos e outros recipientes de vidro e mantê-las assim. Tá tudo bem, é uma forma de cultivo e você sabe que existem alguns perrengues mas, como Carol fala no vídeo: “— Se cercar de verde é mais importante do que acertar no cultivo. Se as plantas parecem bem, tá tudo bem!”.

Materiais e plantas mostrados no vídeo:
Ficus lyrata, da Magna Flora – [ Ссылка ]

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