O que o caso dos Três de West Memphis, apresentado na excelente série de documentários Paradise Lost, tem a nos ensinar, a exemplo de tantos outros casos similares mundo afora, é principalmente que a Justiça não é infalível e que a polícia (mesmo a polícia americana, que tanta gente aqui no Brasil adora glorificar) está longe, muito longe mesmo, de trabalhar com a eficiência que se vê em séries de ficção como CSI. Não, eu não sou um desses idealistas românticos que veem as prisões com maus olhos e que desprezam o Direito Penal. Pelo contrário. Sou hobbesiano demais para não achar que as pessoas devam ser responsabilizadas por seus atos. Por outro lado, é também a avaliação racional desses, dentre outros motivos, que me fazem pensar duas vezes, antes de achar que certamente é culpado quem parece culpado (sobretudo, se o parece em parte porque reprovo moralmente o que essa pessoa é ou faz). Para não mencionar que são motivos assim que me fazem manter bem firme minha opinião de que a pena de morte não é nenhum instituto maravilhoso num ordenamento jurídico. Inocentes são condenados todo ano nos mais diversos sistemas judiciários do mundo. Não é só no Brasil que isso acontece. E, onde há pena de morte, não são raros os casos de “monstros” executados, que mais tarde se descobrem ser meras vítimas inocentes de um sistema falível, como qualquer esfera de atuação humana.
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